Projetos

Atualmente, o ISDK está trabalhando na reedição do livro “A onça protetora”, escrito por Shirley Krenak e que conta uma história do povo Krenak. Trata-se de um livro que consta com as ilustrações de Geovani Krenak e atualmente estão sendo interpretadas por Marieke Gunnewijk and a história reeditada por Shirley Krenak.  O ISDK busca editores interessados a realizarem a publicação em português e em inglês dessa segunda edição.

As atividades de cura pela mãe terra, chamado que Shirley carrega, chegou no ano de 2019 ao Centro Socioeducativo São Francisco de Assis, onde os jovens em conflito com a lei cumprem medidas socioeducativas. No centro socioeducativo, as atividades desenvolvidas passam por mesas de conversa sobre a cultura e história indígena, assim como a exibição de vídeos sobre povos indígenas para que as pessoas envolvidas no projeto possam conhecer a riqueza e importância da cultura dos povos indígenas. A partir da compreensão das atividades desenvolvidas, esperamos que os jovens se envolvam e interajam uns com os outros num processo coletivo de amplitude não só interna da instituição, mas sim externa para com as famílias dos envolvidos no projeto. Através deste projeto vamos poder mostrar que as diferenças são o que fazem do Brasil uma grande nação e o que caracteriza o povo brasileiro. As diferenças culturais são, portanto, inestimável patrimônio de uma sociedade, devendo ser respeitadas e incentivadas por todos. Esses são os objetivos.

O projeto se baseia numa relação de troca entre Shirley Djukurnã Krenak e os jovens em conflito com a lei, onde ao final de cada encontro os meninos escrevem nos cadernos os anseios e desejos. A partir desses relatos, os novos encontros são preparados e por Shirley e seus companheiros. 

A “cidade dos meninos” é um orfanato localizado na cidade de Governador Valadares(MG) que acolhe crianças rejeitadas pela sociedade. Nesse espaço, as crianças são encaminhas por intermédio do Conselho Tutelar e, em sua maioria, são vítimas de maus-tratos, violência, prostituição, alcoolismo e abuso sexual. Shirley Djukurnã e seus companheiros iniciaram as atividades em 2019, construindo ações que possam amenizar os problemas que as crianças sofreram. Uma dessas ações é trabalhar diretamente com a terra, pois os povos indígenas acreditam que os trabalhos desenvolvidos com a terra têm o poder de curar os danos psicológicos e morais sofridos. 

Todo o processo de elaboração da atividade voltada para o manuseio da terra se concentra também na compreensão do saber sobre a importância das plantas medicinais e dos conhecimentos tradicionais relacionados. A proposta é que as crianças participem na construção de hortas medicinais e outras atividades relacionadas a esse contexto como a exibição de filmes, desenvolvimento de pinturas relacionadas ao valor tradicional de cada planta e a produção de mudas.

Esse projeto é desenvolvido em parceria com a Escola Imaculada Conceição, localizada no município de Governador Valadares (MG). Foi desenvolvido ao longo de 5 anos e se trata de uma proposta de aprendizagem dentro do mundo cultural indígena que visa a discutir junto aos jovens e crianças sobre a ancestralidade indígena. Esse projeto se pauta na necessidade de se pensar as diferenças, a falta de troca e o individualismo exacerbado, colocando os meninos para produzir os próprios instrumentos musicais e outras atividades. Mostrar como os povos indígenas podem contribuir para com a sociedade não-indígena na questão da educação, trabalhando temas importantes de como os povos indígenas respeitam os mais velhos, as crianças, o meio ambiente entre outros temas que fazem parte do nosso dia a dia. Em resumo, temos como núcleo temático a questão educacional por meio da cultura indígena de Minas Gerais.

Esse projeto surgiu de uma parceria realizada com o Núcleo de Agroecologia da Universidade Federal de Juiz de Fora – Campus Governador Valadares. Desenvolvido desde 2017, tem o objetivo de levar a história dos povos do indígena do Vale do rio Doce para os espaços acadêmicos e institucionais, proporcionando uma troca de saberes e conhecimentos acerca da realidade de cada povo indígena existente na região.  Shirley é coordenadora pedagógica desse evento e desenvolve atividades organizando aulas onde os próprios indígenas contam sua história, rituais e práticas tradicionais.   O espaço utilizado é a sala de aula da universidade pública, contando com participação de alunos de diversas áreas, assim como professores interessados.

Trata-se de um projeto de reflorestamento e recuperação de uma área dentro da Terra Indígena Krenak e que busca implementar ações voltadas à conservação da biodiversidade e recuperação socioambiental por meio da implantação participativa de tecnologias sociais de base agroecológica, possibilitando a continuidade da prática indígena de recuperação do território e perpetuação cultural de um povo tradicional. É importante dizer que esse objetivo é contextualmente necessário, uma vez que os Krenak foram afetados pelo desastre-crime envolvendo o rompimento da barragem de Fundão da empresa Samarco S.A. que acarretou a morte do Watu (rio Doce). Impossibilitados de realizarem suas práticas culturais no rio sagrado, agora os índios Krenak buscam formas de recuperarem a terra devastada pelos não-indígenas e encontrarem meios de perpetuação cultural. Por isso, o projeto visa a potencializar a recuperação e a transição agroecológica de uma determinada área para reforçar a continuidade cultural de um povo tradicional afetado por grandes empreendimentos. Este projeto, atualmente, busca parceiros e financiadores para sua continuidade.