Hoje celebramos a pureza, a alegria e a energia que as crianças indígenas Krenak trazem ao mundo. Elas são o reflexo mais vivo da continuidade do povo, da força da ancestralidade e da esperança que se renova a cada novo amanhecer às margens do Watu, o Rio Doce.

As crianças Krenak carregam nos olhos o brilho da terra molhada e no riso o som das águas que correm livres. São elas que lembram aos mais velhos o valor da simplicidade, do brincar com o vento, da curiosidade que desperta o conhecimento e da harmonia com a natureza — uma harmonia que o povo Krenak preserva e ensina como um legado de vida.

Em cada passo que dão sobre o chão sagrado, aprendem com os anciãos o respeito pelas árvores, pelos rios, pelos animais e por tudo o que existe.
Crescem em meio à sabedoria dos mais velhos, que lhes mostram que a Terra não é um recurso, mas uma mãe viva, que acolhe, ensina e sustenta.

Essas crianças são sementes de esperança e de resistência. Com sua alegria, transformam os espaços da aldeia, dão sentido aos projetos de recuperação ambiental e mostram que o futuro é possível quando se planta amor e se colhe cuidado. Ao observar uma criança Krenak plantar uma muda, vemos mais do que um gesto ecológico: vemos o renascimento da floresta, o reencontro com a ancestralidade e o fortalecimento de uma identidade que resiste.

Por isso, cuidar das crianças é cuidar do futuro da Terra e da própria humanidade.
É garantir que a memória dos povos continue viva, que as histórias sejam contadas ao redor do fogo, que as canções ecoem entre as montanhas e que o respeito pela vida permaneça como valor sagrado.

Que nunca lhes falte amor, acolhimento, proteção e o direito de crescer livres — cercadas pela sabedoria dos mais velhos, pela força das mulheres e pela coragem dos guerreiros que defendem o território. Porque, ao proteger as crianças, o povo Krenak protege também o que há de mais essencial: a vida que brota, o sonho que resiste e o mundo que renasce em cada nova geração.