Em um mundo onde a bioeconomia tem ganhado destaque, é essencial lembrar que a base de qualquer economia saudável começa por garantir o acesso a alimentos nutritivos e culturalmente significativos para todos os povos indígenas.O Quintal Ancestral não apenas reconhece, mas também coloca em prática o entendimento de que a preservação e a recuperação das práticas agrícolas tradicionais são essenciais para a sustentabilidade ambiental e a soberania alimentar das comunidades indígenas. Ao priorizar o cultivo de mudas frutíferas, o projeto contribui para a diversidade ecológica, além de fortalecer os laços entre gerações, conectando-nos com a sabedoria ancestral que sustentou nossos antepassados por séculos.Ao mesmo tempo, o Quintal Ancestral destaca uma questão crucial que muitas vezes é negligenciada: a importância de começar pela alimentação quando se trata de restaurar territórios e promover o bem-estar das comunidades. Enquanto o debate sobre a bioeconomia tende a focar em aspectos mais amplos do desenvolvimento sustentável, é necessário reconhecer que a segurança alimentar é a base sobre a qual todas as outras formas de prosperidade podem florescer.Nesse sentido, o trabalho do Instituto Shirley Djukurnã Krenak na implementação do Projeto Quintal Ancestral não apenas oferece um modelo inspirador de ação, como também nos desafia a repensar nossas prioridades e investir em soluções que valorizem a saúde e o bem-estar de todos os membros da comunidade, especialmente daqueles historicamente marginalizados.